Jornal UNI-BH

Thursday, September 29, 2005

Conselho Curador da Fundac-BH apresenta-se aos funcionários

Júnia Leticia

Para dar conhecimento das mudanças ocorridas na gestão do UNI-BH com o falecimento do professor Ney Soares, foi realizada uma reunião com todos os funcionários da Instituição no campus Diamantina. Os professores Francisco Mercêdo Moreira (Reitor), Manoel de Souza Barbosa (Vice-Reitor), Ronald Braga (Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão), Walkíria Gonçalves Andrade (Pró-Reitora de Graduação), José Lopes Gerken (Presidente da Fundac-BH), José Eloi Pongelupe (Vice-Presidente), Diorgen de Oliveira (2o Vice-Presidente) e Renato Assumpção (Conselheiro) esclareceram sobre as novas diretrizes adotadas pelo Centro Universitário de Belo Horizonte.

O Professor Francisco Mercêdo ressaltou que, com a nova gestão, os estatutos internos, que foram elaborados há quase 40 anos, serão seguidos rigorosamente. “A Fundação Cultural de Belo Horizonte (Fundac-BH), mantenedora da instituição, não possui donos. Há, na verdade, uma comunidade que escolhe um grupo para que este leve avante uma atividade pensada pelo grupo inicial que é, fundamentalmente, educacional. O que é acadêmico terá precedência sobre tudo”, esclareceu o Reitor. Sob essa perspectiva, o professor afirma que, na realidade, não haverá mudanças, uma vez que será retomada a responsabilidade de educar.

Com a nova gestão, não há influência nenhuma do Reitor em nada, como afirma o Professor Mercêdo, já que os diretores sabem o que devem fazer, de acordo com o estatuto. “Quero respeitar a todos e quero que todos me respeitem porque o nosso objetivo é a instituição e não as pessoas. Não haverá mais na casa nenhuma precedência relativamente aos interesses escolares e acadêmicos. O aluno é a peça-chave, dos nossos esforços.”

O Professor Jary Gerken reforçou que todos devem esforçar-se para construir o que está sendo pautado. Ele contou que não é a primeira vez que a Instituição passa por dificuldades, posteriormente vencidas: “Estamos em uma situação bem complicada na parte financeira. Mas resta a base moral no conselho curador, que, quando existe, é capaz de superar todos os problemas. Tomamos a atitude de governar em colegiado para evitar outros problemas para que pudéssemos ter a liberdade para olhar o que está acontecendo no dia-a-dia do UNI-BH, o que muitas vezes nos foi negado.”

Assumindo a vice-presidência, ligada a assuntos de tesouraria, o Professor Diorgen de Oliveira contou que não é a primeira vez que o conselho assume os destinos da instituição em uma situação semelhante: “No princípio da década de 90, a antiga Fafi-BH encontrava-se em uma posição similar. Naquela época, conseguimos superar, quando as dificuldades eram proporcionalmente maiores.”

Com a transformação de Faculdade em Centro Universitário, foi necessária a contratação de mais pessoal. Dos 180 funcionários em 1998 a instituição passou a ter 1.400. “Se cada uma dessas pessoas tiver dois parentes dependentes, estaremos gerindo uma instituição que envolve cerca de 50 mil pessoas. É uma tremenda responsabilidade, por isso, não temos o direito de fracassar e não vamos fracassar. Estamos decididamente unidos a soerguer essa casa e só tomar deliberações em grupo, porque seis pensam e decidem melhor que um”, acredita o Professor Diorgen de Oliveira.

A eliminação do personalismo e do individualismo reinantes na Instituição será a primeira medida a ser tomada, de acordo com o Professor Diorgen de Oliveira: “Os funcionários são prioridade absoluta, porque vencimento é coisa que não se adia. Não há como adiar o armazém, o transporte e a escola do seu filho.” Essa é uma das razões pelas quais o conselho várias vezes foi contra a implantação do sonho do Professor Ney Soares de implantar o curso de Medicina.

Quanto às bolsas aos funcionários, o Professor Diorgen de Oliveira esclareceu que, por força de convenção, as instituições de ensino e os sindicatos são obrigados a fornecer uma parcela delas. “Mas os sindicatos – dos Professores e dos Funcionários em Estabelecimento de Ensino – nunca concedem bolsa integral, exatamente para pode atender a uma faixa maior de filiados. Além dessa bolsa, a Fundação fornecia até 40% de desconto sobre as mensalidades. Sendo assim, dependendo do tamanho do benefício, dificilmente um funcionário pagava mais de 20% do valor da mensalidade. Uma boa parte não pagava nada, porque havia aqueles que procuravam o Professor Ney Soares e ele concedia até 20% sobre o valor, isentando o aluno.”

Os critérios para concessões de bolsa serão modificados. Sendo assim, todos os funcionários terão de se recadastrar para utilizar o benefício: “Se concedermos bolsa a quem não se enquadre dentro dos parâmetros do Ministério da Assistência e Promoção Social podemos perder a filantropia. Atualmente estamos sendo auditados, porque nenhuma das bolsas que resultaram nos 6,8 milhões de reais se enquadra no programa social.”

O crescimento além das possibilidades da instituição também foi salientado pelo Professor Renato Assumpção: “Enquanto não consolidarmos o que temos, não vamos nos aventurar a abrir novos cursos, porque não há nenhuma possibilidade de crescimento sério e responsável, sem consolidação. A valorização do capital humano que temos também é um pensamento firme de todos nós.”

Um dos objetivos da valorização profissional é a concretização, conforme o Professor Ronald Braga, da realização do sonho dos fundadores de um transformar a Instituição em universidade. “A iniciação científica, que atinge 120 alunos, não é um programa muito caro, mas pode ser que tenha de esperar algum tempo. Mas é o projeto que prepara professores cientistas e mestres para a universidade.”

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