Jornal UNI-BH

Thursday, September 29, 2005

UFOP recebe universitários do UNI-BH

Júnia Leticia

O incentivo dado aos estudantes do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) à pesquisa acadêmica estão surtindo efeito. O resultado é a participação dos universitários em programas de Iniciação Científica. Além de apresentar trabalhos na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e na Sociedade Mineira de Engenharia (SME), em 2002 alunos do curso de Engenharia de Telecomunicações submeteram cinco projetos aos avaliadores da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Participando pela primeira vez, eles obtiveram a aprovação de todos os trabalhos para integrar o X Seminário de Iniciação Científica da Ufop, que reúne instituições de ensino de todo o país.

Para o professor Marco Aurélio de Oliveira Schroeder, um dos orientadores dos alunos que participaram do encontro, apesar do pouco tempo da implantação da Iniciação Científica, os trabalhos superaram as expectativas. A turma mais antiga de Engenharia de Telecomunicações, atualmente, está no 5o período: “Em maio de 2002, foi criado um grupo de iniciação científica na graduação. Na época, todos eram coordenados pelo professor Leônidas Barroso, então Coordenador da Supervisão, Pesquisa e Extensão do Departamento de Ciências Exatas e Tecnologia (DCET).”

A seleção dos alunos para participar da Iniciação Científica foi feita pelos professores-pesquisadores do curso que na época eram Marco Aurélio de Oliveira Schroeder, André Barros e Nestor Volpini. Inicialmente, foi aberto um edital de seleção aos alunos que estivessem interessados em participar. Cada um deles fez uma entrevista e aplicou uma prova oral e uma prova de inglês. O histórico escolar também foi avaliado. O total de vagas era limitada a dez alunos, sendo quatro deles bolsistas e o restante voluntários.

O programa de Iniciação Científica tem a duração de dez meses, podendo ser renovado por mais dez. “É necessário que o aluno desista ou que o professor opte por outro universitário, para surgir outra vaga”, explica o professor André Barros. Orientador do trabalho Estudo de uma fonte chaveada do tipo flyback e aplicações em sistemas de telecomunicações, o ele ficou impressionado com a apresentação dos alunos na UFOP: “Eles demonstraram bastante segurança com muita qualidade para uma platéia composta por outras universidades que têm mais tempo de pesquisa”.

Os universitários Dalmy Freitas de Carvalho Júnior, Fábio Casotti, João Victor Cunha de Lima, Júnia Taíze Santos Roberto e Marcelo Nogueira Fonseca foram orientados pelo professor Marco Aurélio de Oliveira. Os estudantes apresentaram Caracterização Física de Descargas Atmosféricas para Aplicação em Estudos de Proteção de Sistemas de Telecomunicações, Avaliação do Transitório Eletromagnético Estabelecido em Torres de Telecomunicação Atingidas por Descargas Atmosféricas e Caracterização da Propagação de Surtos Eletromagnéticos Associados a Descargas Atmosféricas em Cabos de Telecomunicações. Os trabalhos, que são inter-relacionados, abordam, respectivamente, o entendimento e a caracterização das descargas atmosféricas, a interação entre raios e torres de telecomunicações e a interação entre descargas atmosféricas e cabos de telecomunicações.

Júnia Taíze Santos Roberto explicou que em Avaliação do transitório eletromagnético estabelecido em torres de telecomunicação atingidas por descargas atmosféricas eles tentaram avaliar o que acontece em uma torre quando ela é atingida por um descarga atmosférica: “Por meio do trabalho, notamos que uma descarga, incidindo em uma torre, tem a probabilidade muito grande de causar um dano nos equipamentos que ficam próximos à ela. O objetivo do trabalho é avaliar o que aconteceu nessa torre, para tentarmos proteger o equipamento que está próximo dela.”

Para chegar-se ao estudo anterior, o universitário João Victor Cunha de Lima explicou que é necessário, primeiro, tentar entender o que é uma descarga atmosférica. Sendo assim, em Caracterização física de descargas atmosféricas para aplicação em estudos de proteção de sistemas de telecomunicações tentou-se explicar o fenômeno físico que envolve a descarga, seus tipos e como começa o seu canal precursor; a formação de uma nuvem de tempestade e sua estrutura elétrica; e caracterizar as descargas atmosféricas medidas aqui em Minas Gerais, pois elas têm as suas peculiaridade, conforme o local em que incidem: “A pesquisa é útil porque se não conseguimos entender o que é uma descarga atmosférica, não podemos fazer um sistema de proteção em uma torre de telecomunicação.”

Em Caracterização da propagação de surtos eletromagnéticos associados a descargas atmosféricas em cabos de telecomunicações o universitário Dalmy Freitas de Carvalho Júnior conta que foi estudado o “comportamento” dos cabos de telecomunicações utilizados em redes de computadores, antenas de televisão e rádio quando cai uma descarga próximo a eles: “Com a descarga, a tensão vai subir, podendo queimar o aparelho ligado a esse cabo. O nosso trabalho é tentar colocar um pára-raio ligado ao cabo e à carga para proteger.” Para verificar os resultados, foi montado um circuito e aplicada uma descarga simulada.

Já o professor Nestor Dias de Oliveira Volpini orientou os universitários Flávio Augusto Lage Melgaço, Luiz Paulo Dias Loschi e Otávio Barbosa da Silva Soares. Eles desenvolveram Aplicações de sistemas baseados em agentes móveis para telecomunicações, que, entre outras utilidades, tendem a reduzir o tráfego de rede, permitem uma melhor integração em tempo real com o servidor e oferecem suporte diferenciado a clientes móveis. “Na área que estudamos agentes móveis, procuramos fazer uma programação para desenvolver melhores rotas de comunicação entre pontos na rede. Descobrindo a melhor rota de comunicação, em que há uma banda maior para passar maior número de dados, ela é utilizada”, diz Flávio Melgaço. “Atualmente, temos uma carga muito grande de informações circulando em todos os sentidos. A área de tecnologia da informação teve um bum que acabou gerando uma grande quantidade de dados em aplicações e informações. Hoje em dia há o business to business, portais para fazer transações pela internet, há o e-commerce, tudo isso acabou sobrecarregando as redes. Às vezes é necessário uma transmissão em tempo real, por isso criou-se a necessidade de uma aplicação que viesse solucionar esse problema”, explica Otávio Soares.

Com o título Estudo de uma fonte chaveada do tipo flyback e aplicações e sistemas de telecomunicações, Vinícius Matos Viana e Mariana Geny Moreira foram orientados pelo professor André Barros de Mello Oliveira. No trabalho, eles pesquisaram como conversores podem ser utilizados para garantir o controle da tensão – mesmo com a ocorrência de picos de energia –, para não prejudicar o funcionamento de computadores, eletrodomésticos, satélites, dentre outros. “O objetivo do trabalho é garantir sempre uma tensão fixa, contínua e limpa para os aparelhos (eletrodomésticos, antenas de telecomunicações e de rádio, dentre outros), sem alteração de tensão ou corrente”, esclarece Mariana Geny Moreira.

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