Jornal UNI-BH

Thursday, September 29, 2005

Um pouco do Brasil nas Gerais

Grupo de projeção folclórica do UNI-BH apresenta-se pela primeira vez na Campanha de Popularização do Teatro e da Dança

Júnia Leticia


Alunos do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) formam o Guararás, grupo que busca levar à comunidade em geral a cultura popular brasileira. Coordenado pelo professor Carlos Henrique Moreira, o grupo, que é, ainda, um projeto de pesquisa e de extensão, tem realizado turnês, por Minas Gerais e por outros Estados como o Paraná. Em Belo Horizonte, a participação mais representativa do grupo foi na 29a Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, com Brasil das Gerais. No espetáculo, o Guararás mostra estudos coreográficos inspirados em danças e folguedos tradicionais do Brasil.

O professor das disciplinas Dança e Estágio da Realidade do curso de Educação Física, diretor e coreógrafo do Guararás Carlos Moreira conta que a proposta do grupo é resgatar parte da cultura nacional e colocá-la no palco: “Não tentamos distorcer a característica folclórica principal, que é a dança na região do acontecimento específico. Os alunos investigam os principais movimentos característicos da dança. A partir de um estudo de composição coreográfica, nós resgatamos e colocamos o material dentro do palco.” Fazendo parte do roteiro do espetáculo estão o xote, o malambro, o siriá, o coco, caiapós, o carimbó, dentre outros.

O projeto Brasil das Gerais foi desenvolvido há dois anos e meio. Além dele, o grupo possui Festas ao Menino Deus. Ao todo, são mais de 20 danças montadas, já com figurino. Os universitários participam de toda a montagem coreográfica e da construção dos figurinos: “As roupas vistas no palco foram feitas pelos próprios alunos. Foi um aprendizado e uma construção deles, que ficaram o mês de janeiro inteiro confeccionando roupas, cortando, colando, aprendendo a mexer com adereços, fazendo desenhos para a criação de figurino. Hoje, o grupo já possui uma bagagem, trabalhando de forma coerente com o dito folclórico”, conta o professor.

Aberto à participação de todos os universitários e funcionários do UNI-BH, atualmente o Guararás é formado por 35 alunos dos cursos de Educação Física e Ciência da Computação, que ensaiam quatro vezes por semana, durante, aproximadamente, três horas, no campus Nova Floresta. Os universitários não são bolsistas: “Eles dançam por amor e pela vontade de mostrar o trabalho realizado. Agora, todos eles são profissionais de dança, porque fizeram uma prova no Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversão do Estado de Minas Gerais (Sated/MG). São pessoas que aprenderam e profissionalizaram-se aqui no UNI-BH. Trata-se do primeiro grupo profissional de dança do Centro Universitário de Belo Horizonte. Atualmente, o grupo conta, também, com bailarinos profissionais do Palácio das Artes”, comemora Carlos Moreira.

O nome Guararás surgiu de uma pesquisa folclórica realizada pelos estudantes. A palavra, que significa instrumentos indígenas que ditam o ritmo, como esclarece o professor, identificou-se com a proposta do grupo: “Como nossas raízes culturais e a identidade do grupo começaram com as manifestações indígenas, tivemos a idéia de colocar um nome ligado ao índio.”

O repertório do grupo está montado desde 2001. A trilha sonora adotada nos espetáculos do Guararás resgata nomes consagrados da Música Popular Brasileira e do cancioneiro regional: “Trabalhamos com Luiz Gonzaga, porque não existe xote sem ele; com Pinduca, que inovou o carimbó e o siriá, ao inserir a guitarra elétrica, sem desqualificar o folclore. Trabalhamos, ainda, com Tom Zé, apesar de algumas pessoas falarem que a música Chique-chique, que adotamos para o coco, não é característica da dança.”Para entrar no grupo, o professor Carlos Moreira não cobra performance dos alunos, mas, sim, dedicação para ensaiar: “Eles tem de saber que é um projeto que ajuda no seu conhecimento. É um aprendizado a mais na universidade. O moldar e trabalhar para dançar no Guararás é feito no UNI-BH. Basta passar na prova, que avalia somente o nível de coordenação e atenção dos alunos.”

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